quinta-feira, 17 de maio de 2012

6 razões para perder a cabeça

Veja como é simples, em apenas seis etapas, perder as estribeiras:

  1. Ser quase atropelada duas vezes em um mês, uma vez por um carro e outra por uma moto, já que motoristas e pilotos não aprenderam o significado do sinal vermelho ou da importância da utilização da faixa de pedestres pelos pedestres;
  2. Sentir a indiferença de coleguinhas queridos sem motivos aparentes;
  3. Andar de ônibus e sofrer com bolsas na cara (enquanto senhoras passam ao seu lado), esfregões de senhores (necessidades masculinas), desconhecidos dorminhocos que se apoiam em você, além dos espertos que furam aquela fila que nasce em 2 segundos e morre em 1,5, quando alguém maior que você passa na sua frente (imaginem um Alien magricelo);
  4. Atender 9 vezes, em um mesmo dia, pessoas que ligam errado para sua residência. Foram 9 pessoas diferentes;
  5. Ficar atrasada em uma análise muito importante, feita por meio de mais de 50 slides, já que o ppt trava a cada dois minutos de uso, e;
  6. Morar, nos finais de semana, em um local praticamente sem internet, com pernilongos famintos e longe da cidade.
Essa era a lista que eu estava maquinando na minha cabeça, nos últimos dias. Ontem aconteceu o fato do recente quase atropelamento por moto, além de um rapaz cansado que praticamente deitou em mim, enquanto eu lia desassossegadamente "A cidade Sinistra dos Corvos", 7º livro de Desventuras em Série.

Cheguei em casa daquele jeito rebelde, sem muito cuidado com as portas e, por isso, fazendo estardalhaço com grades e cadeados. Murmurei um "olá" daqueles que querem dizer, na verdade, "me deixem", e liguei o botão no automático, tomando banho, jantando e me organizando para dormir sem pausas para conversas ou chiados. 

Quando estava decidida a fechar a porta do quarto e me trancar com os maiores problemas do mundo, papai chamou com uma indagação: "Alien, quantos anos você tem?".

Em segundos entendi a piada (apesar de que ele realmente poderia estar em dúvida, pois papai tem quatro filhos e às vezes troca um nome pelo outro) e, sem muita vontade, me arrastei para a sala, encontrando e me encostando com carinho no engraçadinho perspicaz.

"Vinte e um anos, pai. E já estou quase velha. O que foi?".

Como eu esperava, ele começou a me dar conselhos para aplacar o estresse que eu vinha sentindo, após ter perguntado o que me causava tanta ansiedade. Expliquei alguns pontos da lista supracitada, e ele sorriu. Deu o exemplo mais verossímil que poderia: ele mesmo, e então eu comecei a escutar mais atentamente. 

Meu pai sempre foi um cara muito estressado, a despeito de ser engraçado e carismático. Geralmente o trabalho o deixa muito impaciente, apesar de claramente existir uma paixão pelo que faz. Dorme tarde e trabalha muito, toma diversas xícaras de café por dia e continua sendo o pai mais belo da face da Terra, aos 40 anos: imagine uma mistura de Brad Pitt e Marcello Antony (filha coruja). Hoje ele é mais tranquilo, ou pelo menos luta para ser, pois sabe que estresse não melhora a vida em canto nenhum, pelo contrário, diminui a qualidade.

A razão pela qual eu não deveria perder a cabeça se mostrou de uma forma simples, através das palavras de papai.

Em suma, apesar de todas as aversões e infortúnios que se abatem contra nós, temos sempre outro dia para reverter as situações que nos chateiam, e quase nos fazem perder um ou outro neurônio. Para cada desventura, uma solução há de surgir. É como um equilíbrio natural, parecido com uma citação que vi de Jung: "A vida acontece no equilíbrio entre a alegria e a dor". 

Partindo da premissa de que sempre teremos uma nova chance de resolver os problemas, e também de que um dia morreremos (meros mortais), está aí, diante de você e de mim, o presente, para mudarmos e criarmos a maior diversão que alguém um dia já viu. 

Fincando mais os pés no chão e sendo realista: com persistência, podemos modificar as infelicidades. O tamanho da vontade da felicidade que queremos pode ser influenciado por experiências ruins. Logo, esses odiados momentos também nos ensinam.
Expressão nordestina "Deixe de pantim": deixe de frescura, deixe de besteira. 
Fonte.

14 comentários

  1. Acho que, diante de situações estressantes, a gente tem sempre duas opções: perder a cabeça ou escolher ser feliz e relevar. É muuuuito difícil escolher a segunda opção, mas no final das contas acaba valendo a pena!

    :)

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  2. Oi,
    acho que esses 6 motivos são bastantes para uma pessoa perder a cabeça, realmente. KKKKKK' Não conhecia essa expressão nordestina, bem bacana kk

    Bye (tem post novo no meu blog),
    http://darkening.freetzi.com/

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  3. A minha semana foi mais ou menos como você descreveu.. Tem seis motivos pra você perder a cabeça mas dez pra continuar com ela! Keep calm!
    Não conhecia essa expressão "deixe de pantim", que engraçada hahaha :)

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  4. A minha foi bem parecida com a sua, arg

    @littlepistols
    http://portifoliodasletras.blogspot.com.br/

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  5. Eu poderia simplesmente dizer "idem" aos seus seis motivos pra perder a cabeça. Fico extremamente irritada com quem fura a fila do ônibus (ontem mesmo uma gordinha tentou fazer isso, mas eu sou mais rápida!) e quem se apoia pra dormir em mim. Poxa vida, vê se dorme em casa!! HAHA, ah, mas a vida não anda fácil. Muita gente folgada furando nossas bolhas - e pior que quem sofre somos nós, ficando estressadas diariamente. O jeito é tentar se manter alheia a isso (mesmo que seja super difícil!) e ir vivendo. ;*

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  6. aaah, eu esqueci tudo o que ia comentar quando li 'deixe de pantim' GEEEEZ. DEIXE DE PANTIM! Há quanto tempo não escuto/vejo/leio isso!
    *derreti, alien.

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  7. sim, não se estressa, fia, que infarta!
    claro que sempre tem essas situações que deixam a gente maluca, mas viver tranquila ainda é tendência^^

    respire fundo. :*

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  8. eu fiquei tão feliz com seus comentários, no outro dia *-*

    tem semanas que a gente pensa 'God, fuck you too', né?! eu era bem estressada até um ano atrás, quando eu disse: tá, chega! era um caso de insatisfação crônica, e de acontecimentos que levaram até a perca de paciência total. então veio aquela necessidade de calma, e eu comecei a levar uma vida mais saudável, comecei a dormir, que era uma coisa que eu não fazia praticamente, e dei início ao que chamo de 'ritual cotidiano', quando eu vejo que tô esgotando mentalmente, tomo um chá, ouço Enya, medito. sabia que 30 minutos de meditação, equivalem a 4 horas de sono? eu achava um saco parar e fazer isso, mas depois fui me acostumando, até que hoje em dia, pratico silêncio sem nem perceber. a gente precisa da um tempo de vez em quando, senão nosso corpo não aguenta, não somos máquinas. então, fique calma e respire! everything is gonna be alright.

    ah, sempre que eu digo isso, eu lembro da música do Bob Marley:

    "Rise up this mornin',
    Smiled with the risin' sun,
    Three little birds
    Pitch by my doorstep
    Singin' sweet songs
    Of melodies pure and true,
    Sayin', "This is my message to you-ou-ou:"

    enfim, fique bem.

    ;*

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  9. O dia-a-dia acaba sendo estressante e na tpm então,...(vish!) O meu melhor método é esquecer tudo dormindo. ;D

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  10. É, as razões são bem convincentes RS E que bom que o seu pai te ajudou, por que eu não saberia o que dizer. Eu me estresso muito, me deixar puto é a coisa mais fácil do mundo haha

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  11. Own, ;~~ Posso falar? Teu pai é um fofo, rapaz! Estresses assim faz mesmo perder a cabeça, mas ouvir conselhos nos torna melhor e nos acalma, principalmente de alguém muito próximo. Fazer meditação é uma boa também, visse? hahaha
    Ah, e eu sou uma nordestina fulera, não conhecia essa expressão, crê? :P
    :*

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  12. "Pra quê se estressar, filha? Calma, a gente da um jeito!" - A frase que meu pai repete sempre pra mim. Não adianta mesmo ficar de "pantim", ahuahauha, temos mais é que relaxar e deixar a vida levar, mas sem esquecer de fazer sempre o nosso melhor pra cada dia ser mais legal! É isso aê, vou me lembrar também de não ficar de pantim xD

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  13. Se acontecesse essas 6 coisas comigo meu pai ia ter que comprar portas novas.
    O mundo anda muito estressado, e estresse não faz bem (avá). Não conhecia a expressão "pantim", achei engraçada.

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