Quem gosta da Mallu Magalhães deve ter visto o clipe que foi lançado ontem na web. O nome da canção é Sambinha Bom, e definitivamente esse é o título que a descreve perfeitamente. A melodia é aveludada, a vozinha dela acalma o coração, e a letra é apaixonante e ainda tem o bônus de ser daquelas que NÃO grudam como chiclete na nossa mente. Apenas fluem com facilidade e naturalidade.
Apesar de essa música já estar na minha playlist diária (desde o lançamento de Pitanga, o novo disco da Mallu crescidinha), para mim o vídeo exagerou demais no uso de HDR, mas por outro lado serviu para dar uma realidade aos contornos da pele da cantora. O vestido de cores quentes e longas fitas (que lindinho!), misturado com o quarto repleto de plantas, contrasta muito bem com a versão enregelante que aparece na segunda parte do vídeo - ela fica parecendo um alien, rs. Com as imagens rolando, interpretei a música de uma maneira bem romântica, e devaneei sobre uma garota que não aguenta mais se lamuriar por alguém que ama e está longe, e por esse motivo, canta essa canção que, como mágica, faz voltar aquele que ela quer tirar a roupa, entre outras coisas. Na minha leitura, a apresentação da filmagem ora quente, ora fria, busca passar o sentimento de felicidade e tristeza de alguém apaixonado, de acordo com a presença ou ausência do famigerado ser amado, respectivamente. Aprecia aqui:
Confesso que costumava ter vergonha da Mallu quando ela era mais novinha, apesar de sempre ter gostado do seu canto um tanto débil e sereno. Fiquei com esse sentimento zombeteiro (e ridículo) após assistir a entrevistas no Altas Horas e no Programa do Jô, e vislumbrar aquela menina adolescente sem nenhum tipo de preparo diante das câmeras. Ela parecia eternamente demente e falava de um jeito devagar que me irritava. Algumas pinturas no seu rosto me faziam franzir o cenho e contorcer os lábios em desaprovação, sem mencionar aqueles trapos que eu não conseguia acreditar que ela estava vestindo.
Hoje enxergo o quão estúpida era, e que minhas opiniões eram baseadas em uma mente fechada, a qual não tolerava artistas menos robóticos e verdadeiramente autênticos. Esse assunto me lembra daquela máxima do filme O Diário de Bridget Jones: legal é gostar de alguém pelo que ela realmente é, a despeito de todas as características que podem ser vistas como defeitos por nós. Quando eu li o livro (há alguns dias), revi o filme em seguida e dei print nessa parte memorável. Gente, pelo amor de Deus, todo mundo já viu esse filme, right? Se a resposta for negativa, evitem o spoiler nas imagens abaixo:
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Por causa da ordem dos prints, faz mais sentido assim: "Sim, gosto muito de você. Do jeito que você é." |
De modo que optei por escrever sobre a música da Mallu pelo simples fato de gostar dela, do jeito que ela é (mesmo com seu semblante eternamente chapado, rs). Estou repetindo esse mantra cotidianamente para esperar menos das pessoas, pois estou percebendo que o nível de frustração com a vida e o cosmos diminui drasticamente. E aí, se a palavra exigência for usada, que seja exclusivamente para minhas próprias mudanças. Ou no job, é claro.